Olá, pessoal. Aqui é a Milena da Vai Pro Mundo e gostaria de compartilhar um pouco da minha experiência no Chile. Eu separei dicas completas de passeios imperdíveis para fazer em Santiago e região quando você tiver a oportunidade de conhecer o país..
Tudo começou quando eu e a Bruna, aqui da equipe, resolvemos escapar do agito carnavalesco do Brasil no feriado e visitar Santiago. Como agente de viagens (e turista) vou contar pra vocês o que fiz no meu dia a dia – e que não pode faltar no roteiro de vocês!
Santiago é a capital e maior cidade do Chile, rodeada pela Cordilheira dos Andes. Com um verão mais seco, a cidade tem temperaturas mínimas de 12ºC e máximas de 30ºC de janeiro a abril, época em que você consegue ver vinhedos verdinhos e carregados de uvas. Enquanto isso, no inverno as temperaturas ficam entre 3ºC e 14ºC, com mais chuva e chance da neblina atrapalhar o visual da Cordilheira.
Para quem quer ver neve nas montanhas próximas da cidade, a melhor época é entre julho e setembro. Como visitei o destino em fevereiro, presenciei um clima seco. As chuvas são quase raras na região nessa época, pois as nuvens não conseguem ultrapassar as cordilheiras e tive um visual bem límpido das montanhas.
Dia 1: chegada em Santiago e Mall Costanera Center
O primeiro dia de viagem, na maioria dos casos, é resumido ao deslocamento e à chegada ao destino, conosco não foi diferente. Nosso voo estava previsto para desembarque no período da tarde, contudo, deve-se considerar sempre uma hora a mais devido à fila do procedimento de imigração.
Deslocamento aeroporto/hotel:
Quando saímos na área de desembarque, um responsável do receptivo já estava nos aguardando com uma placa para nos direcionar para fora do aeroporto. Aí que eu reforço a importância da contratação de um serviço de traslado entre hotel – aeroporto – hotel. Muitas vezes, quando você chegar, terá internet e o wifi do aeroporto (no caso do Santiago) pode ser bem fraco ou inexistente. Além disso, preços de táxis costumam ser abusivos e não há como chamar um Uber no destino sem internet – vale lembrar que a Uber não é uma empresa regularizada no país, logo, mesmo o aplicativo estando disponível, ele não é 100% seguro.
Contratando uma empresa de traslados previamente no Brasil, você evita ser abordado por um dos vários motoristas ambulantes na área de desembarque. Assim, é possível economizar com o gasto do táxi.
Hospedagem
O hotel escolhido para passarmos as 5 noites em Santiago foi o Vilafranca Petit Hotel, uma opção mais modesta e econômica. Ele foge do padrão dos hotéis de rede e mais luxuosos, mas tem um bom custo-benefício e está localizado no bairro da Providencia, uma das melhores localizações de Santiago. O hotel fica próximo do Mall Costanera Center, edifício mais alto da América do Sul e que abriga um extenso shopping em seus primeiros 7 andares. É possível acessar o mirante Sky Costanera no último piso do local.
Sendo assim, ao chegar cansadas de viagem e realizar o check-in, reservamos nossos esforços para uma caminhada de aproximadamente 20 minutos no fim da tarde pelo Costanera Park. Ele permite uma primeira vista fantástica da cidade e as cordilheiras que a cercam até avistar o edifício Costanera. Além disso, a caminhada é bem tranquila.
Entre as melhores regiões para se hospedar em Santiago, estão: Providencia, Las Condes, Centro, Bellavista, Lastarria, Recoleta e Barrio Brasil.
Dia 2: Cajón del Maipo e Termas Valle de Colina
Fizemos questão de deixar previamente garantidos todos os passeios imperdíveis que pretendíamos realizar no destino. Segundo o itinerário de disponibilidade de nosso receptivo no Chile, nosso primeiro passeio no país seria na região de Cajón del Maipo, visitando as Termas Valle de Colina. Esse era o passeio que eu mais queria fazer e fiquei feliz por ser no primeiro dia.
Dica: leve um casaco, pois pode não parecer, mas Santiago faz muito frio pelas manhãs, mesmo no verão!
Acordamos cedo e às 6h30 o receptivo já estava disponível nos esperando em frente ao hotel. Leva-se de Santiago a Cajón del Maipo em média 1h de deslocamento. Na primeira parada para tomar um café da manhã típico chileno, era possível conhecer e alimentar com maçãs alguns animais que ficavam na propriedade, entre eles as simpáticas e conhecidas lhamas, bem como cervos e ovelhas.
Após todo o entretenimento com esses simpáticos bichinhos, seguimos à beira do Rio Maipo, quando a paisagem ao nosso redor começou a se transformar conforme tomamos o caminho para Termas Valle de Colina. Lá as estradas asfaltadas dão lugar a estradas de chão e as Cordilheiras do Andes vão tomando a paisagem com sua imponência – uma das vistas mais lindas que já vi em toda minha vida!
Em Termas de Colina, encontramos a bacia alta do Rio Maipo. Nesta região, estão seus vários afluentes, como o Rio Yeso e o Rio Colorado, contando com sete piscinas naturais, incrustadas no coração da Cordilheira dos Andes. Nessas piscinas, borbulham águas termais, aquecidas graças à grande atividade vulcânica da região. Tais águas quentes relaxam e limpam as impurezas da pele, além de vários outros benefícios para a saúde, segundo os nativos da região. A média de temperatura das piscinas é acima de 40ºC. A piscina na parte mais alta chega a incríveis 63ºC!
Dica: leve roupas de banho, toalha, chinelo e protetor! O óculos de sol também são indispensáveis.
Mais de Cajón del Maipo e Termas Valle de Colina
Após tentar encarar as águas quentes das piscinas termais e tirar diversas fotos lindas das montanhas somadas às águas “calientes”, nosso tour seguiu para um piquenique com uma vista exclusiva das cordilheiras, incluindo uma tábua de frios com queijos e vinho. Fizemos um brinde para celebrar o momento e aproveitamos o local. Tivemos até uma visita inesperada de uma raposa das montanhas que se aproximou do outro grupo de turistas para comer.
Infelizmente, neste passeio durante o dia inteiro, não foi possível visitar Embase del Yeso, um dos lugares imperdíveis da região que queria muuuuuito conhecer. Mas, vou deixar de recomendação para você, pois é um passeio imperdível independentemente da época do ano!
Durante a noite, queríamos passear um pouco pelas regiões mais frequentadas e conhecer os restaurantes mais badalados de Santiago. Então, optamos por jantar no Patio Bellavista, um conjunto de restaurantes em um pátio aberto, com opções para todos os gostos, além de possuir um ambiente descontraído e música ao vivo. A vantagem é que em Santiago escurece muito tarde, então você tem mais tempo útil para caminhar até os lugares de seu agrado.
Dia 3: Valparaíso e Viña Del Mar
Também iniciando nosso dia logo pela manhã, seguimos rumo às famosas cidades cartões-postais do Chile. Estando a 115 km de Santiago, Valparaíso tem suas ladeiras repletas de murais de arte urbana, cafés e lojas bacanas. Sua área turística está centrada nos Cerros Alegre e Concepción e há outra casa-museu de Neruda, a La Sebastiana.
A primeira impressão que se tem é de uma cidade costeira comum, mas que definitivamente mostra o seu charme quando subimos pelos morros e conhecemos as casas típicas da cidade e suas ruas íngremes. Aproveitamos para tirar fotos nos degraus mais famosos do vilarejo. Tivemos também uma parada para admirar o porto de Valparaíso e os leões-marinhos que ficam aglomerados por lá – são uma graça!
Em seguida, fomos para sua vizinha Viña del Mar, onde paramos para conhecer e tirar uma foto no famoso Relógio de Flores, uma parada obrigatória. A lenda diz que quem tirar fotos no Reloj de Flores, retorna à cidade, será? Por via das dúvidas, eu tirei. Almoçamos em dos famosos restaurantes de frutos do mar de Vinã del Mar (e acredite, há várias opções para almoçar bem na cidade! Uma delas é o Castillo Del Mar). Também paramos para caminhar um pouco em sua praia, conhecendo as águas geladas do Oceano Pacífico, mas arriscar um mergulho é para os fortes!
Dica: não se deixe enganar ao pensar que o clima nessas cidades litorâneas é quente, pois você irá passar frio! Mesmo no verão, o vento é bem gelado pelas manhãs e o clima começa a esquentar apenas no período da tarde.
Dia 4: Vinícola Concha Y Toro e City Tour no centro histórico de Santiago
Como nosso tempo na cidade era curto, optamos por conhecer apenas uma vinícola: a Concha Y Toro – sem dúvidas, é a mais conhecida do Chile e vale totalmente a pena a visita. No caminho para lá, nosso guia foi nos contando sobre algumas curiosidades do país: vocês sabiam que nos bairros residenciais mais tradicionais de Santiago e seus arredores, os postes são pintados de acordo com a cor da bandeira do time dos torcedores que moram lá? Isso mesmo, nos bairros em que a maioria dos moradores torce pelo Colo Colo, o poste é pintado de preto e branco, já nos bairros em que a maioria das pessoas torce pelo Club Universidad Chile, o poste é pintado de azul e vermelho.
Chegando à Vinícola, iniciamos o tour por sua linda casa branca e seguimos para as parreiras de uvas. Como era verão, as mesmas estavam verdes e repletas de uvas, o que nos possibilitou degustar a maioria delas de acordo com o tipo de vinho: Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Malbec, Pinot Noir e muito mais.
Dentro das adegas, ouvimos a história do lendário Casillero del Diablo (uma das marcas de vinho mais famosas da CyT). Além disso, degustamos outros vinhos e ganhamos uma taça personalizada de presente! No fiml do passeio, você ainda tem um tempinho para passar na loja da vinícola e comprar o vinho ou souvenir que desejar, além de produtos exclusivos e personalizados da vinícola.
Dica: algumas vinícolas altamente recomendadas são Viña Undurraga, Don Melchor e Almaviva, entre várias outras.
Mais da Vinícola Concha Y Toro e City Tour no centro histórico de Santiago
Pela tarde, encontramos nosso guia no hotel e fizemos um walking tour. Ele nos levou para almoçar e nos aventuramos na linha de metrô de Santiago pela primeira vez! O transporte é eficaz e rápido. Optamos por almoçar alguma comida de rua desta vez, então comemos o hot dog chileno, geralmente servido com ingredientes como tomate picado, abacate, maionese, chucrute, uma variação do molho americano, pimenta chilena, molho verde e queijo! Devo mencionar que o pão de lá é um dos melhores que já comi, então valeu muito pela experiência de comida de rua.
Nosso walking tour foi destinado à região central de Santiago, onde iniciamos nossa caminhada pelo Palacio de la Moneda, a sede da Presidência da República do Chile. Tal local é a única construção de estilo neoclássico italiano puro existente na América. Seguimos para o Banco Central, passamos pela Intendencia de Santiago e seguindo pelo Paseo Bandera, famosa rua colorida do centro, e fomos até a Plaza de Armas.
Logo depois, antes de fecharmos nosso tour no Cerro Santa Lucia, fizemos uma parada na feirinha de Santa Lucia, logo em frente ao cerro para comprar souvenirs pelo melhor preço!
O Cerro Santa Lucia possui um pequeno parque urbano, com praças, uma fonte e escadarias que levam a um mirante localizado no topo e que proporciona um belo visual panorâmico da região central da cidade, tendo como pano de fundo a Cordilheira dos Andes. Para conhecer o cerro, é preciso subir uma série de escadas e rampas, com algumas paradas ao longo do caminho. Não sei a quantidade exata de degraus para se chegar até o topo, mas deve ser por volta de 200. É um pouco cansativo, principalmente se você já passou o dia inteiro caminhando, mas o visual lá do alto compensa qualquer esforço.
Dica: nessa feirinha, você consegue comprar diversos chaveiros, imãs, copos, acessórios e muito mais por um valor mais baixo que em outras lojas e shoppings. A maioria das promoções incluía 8 chaveiros por 5 mil pesos chilenos.
Dia 5: Retorno ao Brasil
Infelizmente, tudo que é bom dura pouco. Nosso voo era no período da tarde e tiramos a manhã para descansar e arrumar nossas bagagens. O traslado veio nos buscar na hora combinada e chegamos com antecedência para fazer nosso check-in e passar pela imigração. Acabamos almoçando as típicas empanadas chilenas (parecidas com o nosso tradicional pastel) no aeroporto mesmo.
O Chile é um país de mil belezas, que te convida a viver aventuras no meio do deserto mais árido do mundo – o Atacama. Também é possível ter experiências inesquecíveis frente a glaciares milenares que esperam ser descobertas ou sob o olhar imponente da Cordilheira dos Andes em meio do movimento de modernas cidades como sua capital, Santiago. A vontade era ter mais dias livres para percorrer as ruas da cidade em meu ritmo e conviver mais com os amigos que fiz por lá – o povo chileno me lembra muito os brasileiros, extremamente simpáticos, prestativos e receptivos. Definitivamente deixei o Chile com vontade de voltar!
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